Vento? Água? Pessoas?
Ultima caminhada
Respiro, sinto a brisa do mar
Olho ao redor pessoas sorrindo, caminhando, paradas…
O mar em minha frente
Mais uma vez, me vejo em uma multidão
Muitos olham, poucos se importam
Os segundo se vão,
O sol perde sua força
Mais um segundo
Nem um minuto mais
Levanto, deixo o que não tenho na areia
Inspiro a coragem, as pessoas não vêem
A areia em meus pés, é tão confortável
O mar grita, eu não entendo
Mais um segundo
Nem um minuto mais
Caminhando lentamente,
Nem uma droga
Nem um medo
Segundos se vão
Novamente, sinto que desta vez é a minha vez
Sem interrupção, nem imprevistos
Minha insignificância
Caminha ao meu lado
Nem passado, presente….
Significa algo para os seres ao meu redor
A areia vai ficando úmida
O sol triste; magnifico em tom avermelhado
Nem um amor, paixão, platonismo
Faz mais sentindo,
A mente se desliga do inútil
Dos conhecimentos, dos livros, das analises…
Nada é útil
Tudo fica na areia
A água toca meus pés
Não é A primeira vez
Muito menos a segunda,
E novamente minha mente desliga o que é inútil
O amor da família… Nada mais que sentimento criado
Nada alem de conjunto de obrigações sociais impostas
Segundos passam
A mente sente que algo não esta certo
Mesmo com a temperatura agradável
O coração, que a muito tempo não batia
Começa a pulsar ao sentir a água
A mente sente que algo esta realmente errado
Mas por motivos desconhecidos – para quem observa
A mente não faz nada, não se importa
Apenas mantém os braços e pernas soltos
Livres de ordens ou reações de auto-proteção
O coração tenta fazer a mente lembrar de alguém
Um ato de desespero, a ultima tentativa
A mente nada faz, não precisa
A insignificância, o conhecimento que não vale nada,
A inútil humanidade sempre egoístas
São as lembranças que a mente tem guardada
O respirar se torna impossível
A água esta em todos os lados
O oxigênio no sangue se torna ouro
O coração tenta mostrar algo
A mente ignora
Os segundos passam
E como sempre tudo não importa
Já não há mais minutos, pessoas, tristeza, conhecimento, pensamentos, medos… Nem as batidas de um coração.
Olhando da Lua 